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Memorial Acadêmico - Wolmer Ricardo Tavares -



                               

 

 

  Introdução

Memórias

Segundo Grau

  Emprego

  Sonho de meu Pai

  Vida Acadêmica

  Experiência Didático-Pedagógica

  Pesquisa Educacional

  Autisto: Diagnóstico Tardio
 

 

Introdução

"A palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou vivencial" Bakthtin

Faço minha as palavras de Bakhtin, e por isso a educação tem sido uma paixão vivida por mim a cada instante em seu ápice. Sei que faço pouco, mas para alguns, esse pouco é a diferença, pois sempre coloco o meu profissionalismo nas coisas que faço. Sou crítico comigo e com o sistema, e a qualidade no que faço é uma busca constante em minha vida acadêmica.

Procuro levar aos meus educandos a uma sabedoria, e confesso que é uma árdua luta, no qual pequenas batalhas são vencidas nesta guerra de indiferenças e desigualdades.

Faço valer a história escrita por Malba Tahan que se chama “O tesouro de Bresa”[1]. Tento mostrar esse verdadeiro tesouro a meus alunos, faço-os buscar tal tesouro, embora muitos queiram apenas o ouro dos tolos.

 


 

[1]              Para mais informações vide TAVARES, Wolmer Ricardo A Caixa de Pandora: por uma educação ativa. São Paulo: Ícone, 2010

 

Memórias

Nasci em São João Del Rei, MG, em 1969, mas fui para Volta Redonda, RJ, em 1971. A cidade se encontrava em plena expansão e meu pai foi transferido da Zona da Mata para a Siderúrgica CSN.

Comecei meus estudos aos 5 anos de idade na “Escola Balãozinho Vermelho”. Lembro-me que no primeiro dia depois de uma “pirraça” para não ficar na escolinha, minha mãe levou-me para um canto dessa escola e deu-me uma surra. Era a famosa “psicologia infantil, ou psicologia do cinto” entrando em ação, o que surtiu um grande efeito, pois eu nunca mais fiz pirraças para não assistir aulas. Nessa mesma escolinha, apesar de não recordar de nomes, lembro que minha professora estava grávida, e nós alunos fazíamos uma fila para colocarmos o ouvido e a mão em sua barriga. Isso hoje foi uma inspiração para o livro Gestão Afetiva – Sistema Educacional e Propostas Gerenciais

Acredito que essa tenha sido minha primeira lembrança de uma gestação e colocado abaixo a teoria da cegonha. Acredito que nesse momento comecei a questionar certas “verdades”.

Meu pai, trabalhava de 07h às 22h e 30min, e chegava em casa para mais de 23h e já nos encontrava dormindo. Devido as dificuldades, ele fazia “biscates” aos sábados e domingos. Raros eram os finais de semana que passava conosco, o que o fazia ausente em relação a nossa educação escolar, e talvez seja por isso que nunca deixou faltar material escolar para nós, pois sempre fazia compras caras de material escolar. Eram 5 filhos em idade escolar o que fazia ter muitos gastos, mas ele nunca mediu esforços para ver seus filhos estudando, e nessa época, não existia bolsa família, bolsa escola, ou qualquer incentivo do governo seja estadual ou municipal.

Minha mãe teve um árduo trabalho para nos colocar na escola e nos manter nela. Éramos crianças, pensávamos como crianças e agíamos como crianças. Fazíamos bagunças a ponto de um irmão subir o morro da escola e cair, quebrando o braço, outro brincar com mangueira e engolir um pedaço de vidro, outro cair da gangorra e quase separar a língua, dentre outros problemas encontrados em uma infância bem vivida.

Sempre fui um aluno inquieto em sala de aula, questionador e nunca me contentei com respostas prontas e evasivas.

Acredito que eu era o mais tranqüilo em termos de bagunça, pois minha mãe nunca me cobrou por notas e nunca fiquei de recuperação em série alguma, o que me fez passar por meus irmãos, pois na época, havia reprovação. Não se podia ficar mais de 3 matérias em recuperação, caso ocorresse, seria reprovação. Não existia dependência e essa situação fez com que dois de meus irmãos mais velhos que eu perdessem de 2 a 3 anos de estudos, o que acarretou que eu os passasse nas séries.

Acredito que eu era uma pessoa crítica e as vezes dispersa, mas isso não era motivo para eu não tirar notas acima da média exigida.

 

Segundo Grau

Meus irmãos e eu, estudamos o primeiro grau e o primeiro ano do segundo grau todo em escola pública. O primeiro ano era conhecido como Básico, e foi na Escola Estadual Professor Manoel Marinho que o fiz.

Foi a minha primeira experiência em um exame. Era uma escola grande e que fica ainda hoje na Vila Santa Cecília em Volta Redonda. Tinha um corredor comprido e com piso vermelho sempre encerado. Nós alunos, corríamos e escorregávamos, até que um dia chamaram-me a atenção e nunca mais fiz tal arte.

Todas as salas tinham ventiladores e eram amplas. A escola contava com uma área arborizada, um local bem amplo para educação física. Enfim, era um contraste da escola da qual eu saíra.

Entrei para o Básico em 1984 e em 1985 fiquei sem estudar, pois minha irmã fazia enfermagem no Colégio Volta Redonda e meu pai não tinha como pagar um segundo grau para dois filhos ao mesmo tempo. Apesar de eu ser o caçula da família, tirei o primeiro grau e o básico antes de dois irmãos mais velhos que eu.

Em 1985 minha irmã terminou o curso técnico de enfermagem e eu comecei o curso técnico de informática. Era primeira turma do Colégio Volta Redonda. Em 1986 participei de uma greve contra os altos preços das mensalidades. A comissão organizadora da greve resolveu que pagaríamos as mensalidades todas em juízo e no final do ano todos que não se matricularam, foram convidados a se retirar, o que fez com que uma outra Instituição Educacional aproveitasse os alunos desta, e com isso, essa entidade conhecida com Instituto de Cultura Técnica (ICT) abriu uma turma somente com os que se evadiram do Colégio Volta Redonda, então, em 1988 me formei na primeira turma de técnico de Informática do ICT. Foi um ano muito puxado para mim, pois fazia alguns biscates, servia o exército (Tiro de Guerra) e fazia o curso técnico.

Em 1989 fiquei mais uma vez sem estudar, pois não tinha dinheiro para fazer uma faculdade particular, e não tinha a menor chance de prestar vestibular para uma faculdade federal, pois precisava trabalhar, o que seria difícil fazer estudando em tempo integral, então como eu já havia servido o exército, começou então a pressão de meu pai para que eu conseguisse um emprego.

Foi uma época muito árdua, pois começamos a ter certas divergências de opinião. Ele queria que eu trabalhasse com qualquer coisa e eu queria algo que gostasse. Meu irmão mais velho havia feito técnico de eletrônica no Colégio Volta Redonda e os outros dois depois de mim, assim que saíram do quartel, começaram a trabalhar como vigia na ZENOP, empreiteira de segurança que dava apoio a guarda patrimonial da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), e meu pai tentava de todas as maneiras me levar para lá, que por sorte, só trabalhava de segurança quem tinha servido quartel e tinha no mínimo 21 anos e eu me esbarrava justamente no quesito idade.

 

Emprego

Trabalhei um mês de carteira assinada em uma empresa “fundo de quintal”. Era carteira assinada porque o Ministério do Trabalho fez uma visita e nos encontrou escondidos no banheiro e como eu era maior de idade, fui o primeiro da lista a ter que ser fichado.

Era uma empresa que não zelava pela qualidade de vida do funcionário. Lembro-me que éramos obrigados a dobrar o horário e a fazer horas extras. Essa empresa ficava no bairro em que eu morava, e acontecia  coisas que eu não gostava, como assédio sexual em relação as funcionárias, maus tratos, insalubridade, periculosidade, enfim, tudo que degrada a dignidade de um profissional.

Depois de muita coragem e mais de 8 meses de trabalho e com apenas um mês de carteira assinada, resolvi pedir conta.

Como eu não consegui o emprego que meu pai tentou para mim de vigia na ZENOP, e como estava passando por uma fase de cobranças, o que acarretava em um desentendimento com ele, resolvi com o aval dele, procurar emprego em Belo Horizonte, pois havia esperança de que nessa capital, o ramo de informática seria mais promissor. Mera ilusão. Lembro-me de ter andado muito com meu primo, pois vim totalmente sem dinheiro. Apenas com o dinheiro do ônibus. Andava a pé trafegando entre os bairros Santa Efigênia, Pompéia e o Alto Vera Cruz, lugares onde eu tinha tios e ficava dormindo de favor ou almoçando.

Depois de quase dois meses tentando emprego, ouvi comentários de meus tios, que conseguiriam para mim um emprego como trocador de ônibus, o que me deixou muito chateado, pois eu havia saído de Volta Redonda com uma expectativa de bom emprego, afinal de contas, eu era técnico de informática e em tal época, informática não era tão acessível assim e não tinha a usabilidade que tem hoje e o sistema operacional era o DOS, o que nos faziam profissionais privilegiados.

Conversei então com meu pai, e disse que se fosse para eu virar um trocador de ônibus, preferiria voltar para minha cidade de origem, o que ele, pela primeira vez, concordou comigo.

 

Sonho de meu Pai

Já em Volta Redonda, em 1991 eu fiz um vestibular na FERP – Fundação Educacional Pimentel e passei. Eram 60 vagas e eu fiquei entre os 20 colocados. A frustração foi não ter dinheiro para me matricular. Foi um ano muito árduo, sem emprego, sem dinheiro e com cobranças de meu pai.

O sonho de meu pai era ter um filho engenheiro. Acredito que para muitos pais que trabalhavam na Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, esse era o sonho, ou seja, ver o filho na CSN usando capacete branco que representava status para eles. O meu pai tinha um capacete vermelho, que vulgarmente era chamado de peão. O creme era mestre e o branco para engenheiros.

Em 1992 tentei novamente o vestibular e por incrível que pareça, a procura para este foi imensa, o que aumentou a concorrência, mesmo assim, com apenas o meu curso técnico, sem disciplinas de geografia, história, química, biologia, resolvi fazer o vestibular e fiquei entre os oitenta colocados. Não que minha colocação tenha sido ruim, mas em tal época, o prefeito prometeu dar faculdade de graça para todos os filhos de Volta Redonda, então, houve uma febre de pessoas prestando vestibulares nas faculdades privadas.

O problema é que eu morava em Volta Redonda desde os meus dois anos e não era filho dessa cidade, e muitos que tinham apenas nascido nela e sequer moravam, resolveram voltar e prestar o vestibular para estudar gratuitamente, o que acarretou em uma demanda muito grande de alunos que se inscreveram no vestibular e que passaram. Mesmo assim resolvi fazer a faculdade.

Minha mãe comentou com meu pai que eu havia passado no ano anterior e que queria muito estudar, pois dos filhos, apenas eu queria continuar estudando e meu pai me prometeu que me ajudaria no que fosse preciso, e voltaria a trabalhar nos finais de semana para me ajudar a pagar a faculdade, coisa que nunca foi preciso, pois assim que entrei, passei no concurso para recenseador. Com esse dinheiro, paguei o primeiro ano da faculdade. No segundo ano da faculdade (era anual e não semestral), fui chamado para um emprego em uma transportadora de grande porte, mas abri mão deste porque eu teria que me ausentar sempre da primeira aula. As aulas começavam as 18h e 20 min e tínhamos 5 aulas por noite.

Uma vez meu pai saiu com minha irmã que estava casada e conheceu um superintendente da CSN. Em uma partida de buraco, este estava questionando a falta de profissional de informática na empresa e meu pai disse que tinha um filho técnico. Ele pediu para eu ir procurá-lo e partir desse momento, nunca mais fiquei desempregado, pois comecei a trabalhar como Técnico de informática pela empresa APSERVI, que fazia parte da família CSN. O meu salário dava para pagar ônibus, mesada para minha mãe e faculdade, pelo menos, foi assim que consegui terminar meu curso de Matemática, apesar do sonho de meu pai em ter filho engenheiro.

Em 1994 acabou o contrato com a APSERVI e nos passaram para a empresa COBRAPI, Companhia Brasileira de Projetos. Nela eu trabalhei como assistente técnico. Sai graduado no final de 1994 e em 1995 comecei uma pós-graduação em Análise de Sistemas. Apesar de ser na mesma entidade em que me graduei, os professores eram todos da PUC/RJ. No mesmo ano, tive minha primeira experiência como docente. Trabalhei na Escola Paulo Monteiro Mendes e lecionei a disciplina Informática.

No ano seguinte, ministrei a disciplina Informática e matemática. Infelizmente essa escola era particular e eu não tinha carteira assinada e tínhamos atrasos nos salários, mas fiquei nessa escola para pegar experiência em sala de aula.

No final de 1996 terminei a minha pós-graduação e como a COBRAPI não tinha intenção de renovar os contratos dos Assistentes técnicos, e em conversa com meu pai, eu disse que não iria ficar na cidade trabalhando com qualquer coisa tendo uma pós-graduação em análise de sistemas. Havia decidido tentar uma chance em São Paulo.

Existia uma cumplicidade, um elo muito grande entre mim e meu pai. Éramos pai, filho e amigo e para ele não se ver tão longe de mim, sugeriu então, que eu viesse para Minas Gerais, em Conselheiro Lafaiete. Cidade escolhida por minha irmã para trabalhar como técnica de enfermagem. Segundo ele, nessa cidade existia uma empresa siderúrgica (AÇOMINAS, hoje conhecida como GERDAU) e que dava casas para os trabalhadores.

Em 1997 vim para MG e passei a morar com minha irmã e cunhado. Foi no começo uma grande frustração. Não conhecia ninguém e não consegui sequer uma única entrevista de emprego nessa organização.

Por sorte, em abril fui a uma licitação em escola do estado e comecei a lecionar disciplinas de física e matemática. A minha primeira escola foi a Escola Estadual Professor Astor Vianna. Dava apenas 12 aulas e já estava ficando impaciente querendo volta para casa ou ir para outra cidade, e minha irmã sempre pedindo para eu ser mais paciente que as coisas iriam acontecer.

Apesar do baixo salário, eu a ajudava com as despesas que eram altas. Nosso dinheiro era todo direcionado para manutenção do lar e eu andava a pé do bairro Santuário ao bairro Progresso e as vezes ao bairro São Dimas. Gastava em média 1h 15 min de caminhada.

Em agosto de 1997, comecei a trabalhar na FATEC/UNIPAC em Conselheiro Lafaiete como professor de Introdução a Processamento de Dados no curso de Processamento de Dados. Era o meu emprego como professor universitário, e este emprego durou até 16 de dezembro de 2014, um pouco mais de 17 anos.Hoje leciono para o IFMG/PRONATEC nos cursos de Computação Gráfica, Logística e Técnico em Secretaria Escolar as disciplinas de introdução a Informática, Introdução a Computação e Homem, pensamento e cultura: abordagens filosóficas e antropológicas. Como foi dito por Einstein, "Viver é como andar de bicicleta. É preciso estar em movimento para manter o equilíbrio". Cabe perceber que uma porta se fechou e a certeza que muitas outras irão se abrir.

 

Vida Acadêmica

Minha paixão pelo conhecimento se dá há muito tempo. Para compreender faz-se necessário uma evasão temporal, visto que nunca fui uma pessoa que gostasse de me sentir engessada. Sempre fui curioso e apesar de ser um pouco disperso, sempre observei as pessoas e as coisas.

            Nessa faculdade, tive oportunidade de fazer um curso de Metodologia Científica: A Perspectiva da pesquisa. A partir de então o conhecimento que eu em minha ignorância me permitia achar detentor se desmoronou, então pude perceber o quão pequeno era em relação ao que achava.

            Em 2000 fiz uma pós-graduação em análise de negócios e informação e começou a minha busca incansável pelo conhecimento, mas um conhecimento corrosivo e não institucionalizado. Foi no decorrer desse ano que o conhecimento se tornou o meu norte.

            Comecei a planejar meu mestrado, embora em meus pensamentos de adolescente, eu dizia que faria apenas graduação, sorte que o destino não nos ouve em nossa insana adolescência.

            No mesmo ano de 2000, ingressei-me em disciplinas isoladas do ICEX/UFMG, pude fazer um curso de Engenharia de Usabilidade e em Engenharia de Software. Apesar de não ter conseguido o mestrado, porque me faltaram outros pré-requisitos como indicação interna, conhecido como lobby, ambos me enriqueceram de tal maneira que passei a ser uma pessoa mais crítica com os programas que fazia e com as disciplinas que lecionava.

Em 2002 consegui ser selecionado para mestrado em administração pública na fundação João Pinheiro em Belo Horizonte MG, mas tive como obstáculo o fator financeiro, coisa que acontece com a maioria dos estudantes e que não foi diferente comigo, pois além de ser oneroso para mim, eu teria que abrir mão de um contrato como professor no estado e outro na prefeitura de congonhas, ficando apenas poucas aulas da faculdade que leciono até hoje, e o que implicaria em não conseguir pagar a faculdade.

Fiquei por um tempo frustrado por esbarrar em coisas que não dependiam apenas de mim, pois no que dependesse, com certeza teria o meu máximo.

Em mesma época surgiu um mestrado de Cuba com parceria UNIPAC. Tinha um preço coerente com o título, mas estava fora da minha realidade. Tentei de todas as maneiras fazer tal curso, mas me esbarrei com o problema dinheiro e não conseguia empréstimo e mesmo conseguindo não teria como pagá-lo. Como diz um ditado popular, a males que vem para bem, pois todos que fizeram esse mestrado, não tiveram o diploma reconhecido e o curso não virou mais que uma especialização (lato sensu) embora muitos ganhem como mestres nas escolas públicas e estaduais.

Em 2003 na UFMG em outra faculdade, fiz uma matéria isolada em Informação, movimento social e trabalho. Com essa faculdade tive um pouco mais de esperança, mas como Nietzsche nos diz em seu livro Humano, demasiado humano, a esperança é na realidade o pior de todos os males, visto que ela prolonga o tormento dos homens, e com ela veio novamente a frustração.

Foi apenas em 2004, depois de uma conversa séria com minha esposa de nos abdicarmos de várias coisas para tal intuito, que consegui fazer o tão sonhado mestrado. O mesmo foi em uma instituição privada, UNIPAC Barbacena. O mestrado foi em Educação e Sociedade e foi reconhecido[1] em 24 de outubro de 2007 pelo governador Aécio Neves.

            Em 2006 eu trabalhava nos laboratórios de informática e entrei com um protocolo para agregar os 30% em meu salário devido ao mestrado que havia feito e uma funcionária responsável por essa área não acatou o meu pedido, mesmo eu tendo enviado histórico e ata de defesa.

            O argumento dessa pessoa foi que Ata não era documento, então fiquei mais de um ano sem receber o que me era direito. Somente depois de apresentar diploma é que eu tive o salário corrigido.

            Esse mestrado foi um marco para minha vida, pois me fez amadurecer ainda mais como profissional e mostrou novamente a minha pequenez diante do oceano que é o conhecimento. Foi nesse período que me abdiquei de algumas coisas como fazem muitos outros alunos, por isso não cabe valorizar tal momento em que só serviu para me fazer crescer e valorizar ainda mais o curso que fiz.

Foi nele que percebi minha arrogância em pensar que eu era conhecedor das coisas, foi em uma de minhas leituras e viagens intelectuais que descobri com Morin o inacabamento e a incompletude de todo conhecimento.

            Tive como orientador o professor Doutor Sandro Dau, e o tema de minha dissertação foi: Gestão do conhecimento e a educação na sociedade do conhecimento. Foi uma pesquisa bibliográfica e muitos disseram que eu era louco, pois eu teria que ler muito mais que qualquer outra pessoa. Foi justamente o que fiz. Utilizei de um referencial bem vasto e rico. Não tive muitas dificuldades porque já havia adquirido o hábito de leitura e fichamento. Passei a acreditar que o conhecimento é uma água que não sacia por completo a sede do novo e da descoberta.

            Em 2007 fui a Buenos Aires para um programa de imersão em espanhol, visto que completava mais de 4 anos o meu curso de espanhol na ELE, Escuela de Lengua Espanhola em Conselheiro Lafaiete e havia uma necessidade de treinar um pouco.

            Em 2012 terminei uma pós-graduação em Educação Básica: Educação Ambiental e Patrimonial pela UFMG, isto porque sei que a busca do conhecimento é algo estimulante e meu ciclo na UNIPAC acabou em dezembro de 2014. Outros ciclos virão, outros desafios serão enfrentados e com a certeza do sucesso.

            Em 2024 comecei a fazer uma pós-graduação em Práticas Educacionais pela UFOP e acredito que acrescentará muito em minha carreira.
 


[1]Ato publicado no Minas Gerais - Data: 25/10/2007

DECRETO DE 24 DE OUTUBRO DE 2007.

Reconhece Programa stricto sensu em Educação e Sociedade - Mestrado Acadêmico, oferecido pela Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC, mantida pela Fundação Presidente Antônio Carlos - FUPAC. O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso de atribuição que lhe confere o inciso VII do art. 90, da Constituição do Estado, e tendo em vista o disposto no inciso IV do art. 10 da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no Parecer nº 1.141, de 30 de agosto de 2007, do Conselho Estadual de Educação, homologado pelo Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

 

Experiência Didático-Pedagógica

Sou professor desde 1995 e trabalho em MG desde 1997. Nas escolas públicas do Estado, lecionei matemática e física e me afastei em 2004 devido ao mestrado. Sou professor universitário desde 1997 e lecionei  por 17 anos  na UNIPAC Lafaiete. Comecei com o curso de Tecnologia em Processamento de Dados, hoje já extinto, com sua última turma formada em dezembro de 2002. Lecionei neste curso cadeiras como Introdução ao Processamento de Dados I e II e também Projetos Experimentais. A disciplina de introdução teve o objetivo de levar os alunos a pesquisarem nichos tecnológicos, analisarem e darem opiniões baseadas nos conhecimentos adquiridos por eles próprios.

            A disciplina de Projetos Experimentais, teve como objetivo fazer com que os alunos compreendessem (tivessem entendimento) o planejamento estratégico, gerência de projetos mostrando a estes alguns problemas decorrentes a implantação de sistemas.

No curso de Sistema de Informação, ministrei a disciplina Estrutura da Informação na Internet, que teve como intuito fazer os alunos conhecerem as tecnologias voltadas para a internet, a criação de páginas e a serem profissionais críticos e responsáveis, dando assim, mais ênfase a informação e a sua relevância para toda e qualquer área. Nos demais cursos como Educação Física, Terapia Ocupacional, Administração, Engenharia de Segurança do Trabalho, Engenharia Industrial Mecânica e Medicina Veterinária, leciono(ei) Informática Instrumental, Introdução a Programação e Informática Educativa, ou seja, a informática utilizada pelo profissional de tais áreas, para sua melhor performance, onde mais uma vez, o mesmo dá ênfase ao poder da informação e do conhecimento como principal diferencial competitivo e a tecnologia da informação.

Lecionei a disciplina Gestão do Conhecimento no curso de Administração. Esta disciplina tem como o cerne um melhor entendimento da informação e conhecimento, além das formas de gestão desses recursos demonstrando a importância em se compartilhar o conhecimento dentro de uma organização além de provocar reflexões acerca do processo de produção, aquisição e compartilhamento do conhecimento, como processo histórico.

As disciplinas de Gestão da Informação no curso de Sistemas de Informação e o Comércio eletrônico no curso de Administração, tiveram como objetivos, fazer os alunos entenderem o papel das Tecnologias de Informação e da Comunicação na sociedade moderna e como aumentar a rede de relacionamentos, além de efetivar contratos e/ou compras via internet de maneira segura, oferecendo também um nicho de comércio eletrônico junto com um planejamento para a criação do mesmo.

            Lecionei também na Medicina Veterinária a disciplina de Metodologia Científica no qual foi incitado a pesquisa e a busca do conhecimento científico.

No curso de Engenharia de Produção, leciono a disciplina Introdução a Engenharia de Produção e tenho como referencial o meu segundo livro publicado sobre Introdução a Engenharia de Produção, mas no segundo período, eu ministrei a disciplina metodologia científica.

Outras disciplinas trabalhadas foram: Informática, Gestão do Conhecimento e Metodologia Científica para vários cursos, além da disciplina inteligência, informação e Conhecimento para o curso de pós-graduação em Gestão Estratégica de Negócios em 2014.

Nunca fui um profissional ausente. Sempre ofereci o meu profissionalismo, bom senso, esforço, responsabilidade, assiduidade, pontualidade, comprometimento e competência. Trabalho com o cognitivo de meus alunos, fazendo-os enxergar outras características e a não serem manipulados. Ensino-os a contextualizarem, a terem um olhar crítico, um letramento que será essencial para  o seu desenvolvimento como Ser.

Na UNIPAC, desempenhei um papel relevante para a comunidade de Conselheiro Lafaiete, como coordenador da primeira Empresa Junior (CIET – Centro Integrado de Estudos Tecnológicos) da Faculdade no curso de Tecnologia em Processamento de Dados e hoje Sistema de Informação e fui Coordenador de Extensão de Fevereiro de 2010 a Março de 2011, efetivando projetos de extensão como Sérgio Del Grande que é atletismo para pessoas portadoras de necessidades especial, PAIBON que é uma escola integrada para crianças carentes, Judô UNIPAC que é a prática desse esporte para comunidade carente além de cursos de extensão que atenda a necessidade de toda comunidade e região.

Quando fiquei disponível no mercado, pude lecionar em faculdades semi-presenciais, disciplinas como:  Educação Afetiva no Espaço Educacional (curso de Mestrado em Educação); História da Educação (Pedagogia) Homem, Pensamento e Cultura: Abordagens Filosóficas e Antropológicas(Pedagogia), Sociologia da Educação (Pedagogia), dentre outros.

 

Pesquisa Educacional

 Publicações

            Em 2002 pude sonhar em me tornar um escritor. Nesse ano publiquei o meu primeiro livro pela editora Axcel Books: Marketing de Relacionamento – DATABASE MARKETING: Uma estratégia para aplicação em mercados competitivos.

            Este livro nasceu de minha monografia no curso de pós graduação em Análise de Negócios e Informação. A monografia foi intitulada como DataBase Marketing e sua relevância para as organizações. Foi uma pesquisa bibliográfica que ficou tão bem escrita que o coordenador do curso, indicou-me o professor Carlos Alberto Chaves (Administração UFMG) para uma conversa e prepararmos um projeto de livro. Com isso, contamos também com a co-autoria do professor George Leal Jamil. Nesse mesmo ano publiquei pela Developers’ Magazine dois artigos sendo o primeiro DataBase Marketing e sua relevância para as organizações e do segundo: BI: Redimensionando a perspectiva de negócio.

            Em 2006 publiquei pela Visual Books em co-autoria com Alvim Antônio De Oliveira Netto, professor de mesma entidade em que trabalho, o livro: Introdução a Engenharia de Produção. Em 2007 publiquei pela editora Ícone o livro Docência: um momento reflexivo. Este livro foi o marco para minhas publicações voltadas a área de Educação.

            Em 2009 pela WAK Editora, foi publicado o livro Gestão Pedagógica: Gerindo Escolas para Cidadania Crítica;  em  2010 foram publicados pela Ícone Editora os livros Gestão Do Conhecimento, Educação e a Sociedade Do Conhecimento e também A Caixa De Pandora: Por Uma Educação Ativa.

            Foi publicado em 2012 pela WAK Editora o livro Escola não é Depósito de Crianças: A Importância da Família na Educação dos Filhos, livro que passou a ser um divisor para a minha carreira.

            Foi publicado em 2019 pela Autêntica o livro intitulado Educação um Ato Político e encontra-se no prelo pela Editora WAK o livro Gestão Afetiva - Sistema Educacional e Propostas Gerenciais e em 2020 o terceiro livro pela WAK. Esta obra foi intitulada Gestão Afetiva: Sistema Educacional e Propostas Gerenciais.

            No ano de 2020, em plena pandemia e com completo isolamento, foi lançado pela Editora WAK o livro Gestão Afetiva - Sistema Educacional e Propostas Gerenciais, e cabe aqui pontuar que este livro nasceu baseado na disciplina lecionada no curso de mestrado, como citado anteriormente.



            Em 2022, dando continuidade a politização dos educandos e dos leitores, foi lançado o livro Educação uma questão de politizar, publicado pela ícone. Esta obra aborda temas atuais perpassando por problemas sociais, politização, sistema educacional, fakenews, desinformação, manipulação, desvalorização da educação dentre outros temas pertinentes focados a educação e politização.

            Em 2024, publicarei dois livros intitulados Educação e a Não Neutralidade e também TEA um Diagnóstico Tardio, ambos pela Editora Ícone

 

            Cabe lembrar que todos os temas foram baseados em questão ocorridas no contexto político-social e educacional.

 

Demais Produções

São mais de 670 publicações em revistas como: Revista Gestão Universitária, Profissão Mestre, Escola Particular, Planeta Educação, Jornal o Dia, Revista Língua Portuguesa, Gestão Educacional e também Jornal Impacto Acadêmico[1], além de 10 textos publicadas em  língua espanhola.

Em 2012 foram publicados 5 textos (em espanhol e/ou português) pela revista Gestão Acadêmica e em 2011 foram 7 publicações sendo elas: La Realidad de la Educación Pública Brasileña; Educación no es Sacerdocio; Ignorancia el Centro de la Miseria; Educación y Libertad; Aprendiendo para Enseñar; El Devenir en la Educación; Ostracismo en la Educación. Em 2010 foram 3 publicações, sendo elas: Alumno: cliente o producto? Educación Brasileña x Desigualdades Sociales; Gestión de Instituciones Educacionales: Entre la pedagogía y la administración.

Apresentação de Trabalhos

                Os trabalhos realizados resumem-se em palestras apresentadas em Congressos, Mesas Redondas, Seminários dentre outros.

                Vale ressaltar que são temas ligados a Educação (diversos) e também Administração. Para mais informações vide o menu Palestras.

 Participação em Eventos (Seminários/Congressos)

Participei de alguns congressos como Encontro dos trabalhadores na educação superior privada de minas gerais em 2011 e também do II Congresso Internacional da Educação em 2005 e I Congresso de Educadores da Rede Pitágoras em 1998.

Pude assistir a alguns seminários temáticos no ano de 2003: Informação, Movimento Social e Trabalho; em 2004 com: As Perspectivas das Universidades nos seus Aspectos Políticos e Pedagógicos da Atualidade; As Políticas Públicas para uma Educação Rural Brasileira; Características Positivas e Negativas do Orientado: Opinião de Pós-graduando e Orientadores; Consciência, Literatura e Educação no Brasil; Educação, Memória e Pós-Modernidade; Elaboração de Projetos de Pesquisa; Exclusão Social Cidadania e Educação; O Conceito Psicanalítico de Transferência e suas Implicações na Educação; Ousar em Educação Por que? Por que não?; Política e Gestão da Educação no Brasil; Saber e Positividade em Michel Foucault; Uma Pequena Reflexão Sobre a História da Criança e da Família. E em 2005 com: II Seminário da Educação: Ensinar como Construção do Conhecimento, Projeto Político Pedagógico; O Discurso Imagético do PSF (Progama de Saúde da Família); Currículo, Cultura e Desenvolvimento e finalizando,  Educação ao Longo do Tempo.

 Orientações e supervisões concluídas

 São mais de 40 orientação de monografias e mais de 180 participação de bancas examinadoras tanto para cursos de Graduação quanto pós-graduação. Para os cursos de graduação, participei de bancas ligadas as áreas de Enfermagem, Sistemas de Informação, Administração e Engenharia de Segurança do Trabalho que deu um total de 108 bancas. Fui orientador de TCC de 35 alunos e hoje estou orientando 2 alunos, sendo um do curso de Sistemas de Informação e outro do curso de Engenharia de Segurança do Trabalho. Já nas bancas de pós-graduação participei de 12 bancas ligadas a cursos de MBA Planejamento e Gestão Estratégica, Administração Pública e Gerência de Cidades, Psicopedagogia Clínica e Institucional, Metodologia do Ensino da Matemática e Física, todos ligados a Grupo Educacional UNINTER.

Participei de Iniciação Científica em 4 trabalhos, sendo eles: Em que espelho meu rosto ficou? (2006), A atuação do terapeuta ocupacional nas empresas (2006), Avaliação da assistência a saúde prestada pelo SUS em Conselheiro Lafaiete (2006) e A terapia ocupacional na construção do conhecimento científico: Projeto interdisciplinar (2005).

Organizei um evento que foi denominado I Jornada Acadêmica de Medicina Veterinária - UNIPAC Lafaiete MG, 2007. A jornada começou nos dias 15, 16 e 17 de agosto e foi dividida em duas etapas, sendo que na parte da manhã foram oferecidos cursos de aperfeiçoamento para nossos alunos e na parte da tarde palestras com pessoas renomadas.

 

Autismo - Diagnóstico Tardio

A memória de curto prazo e memória operacional (capacidade de manter e manipular informações mentalmente) estão em nível acima do esperado, assim como a velocidade de processamento cognitivo e fluência verbal fonêmica. Quanto às habilidades atencionais, apresentei nível alto de atenção concentrada e velocidade de execução. As informações acima, corroboram o parecer de conhecidas ligadas a área da psicopedagogia quando afirmavam que eu apresentava comportamentos autistas manifestados como: dificuldades na interação social e comunicação, com falhas em iniciar e responder a interações sociais, dificuldades com comunicação não verbal, na compreensão de metáforas e processamento de inferências, dificuldade em ajustar meu comportamento aos diversos contextos sociais, pouco interesse por pares, padrão rígido de comportamentos e interesses restritos, adesão a rotina e hiper-reatividade a estímulos sensoriais. Estas observações pontuam prejuízos quanto as limitações em relação aos contatos sociais com consequências para a carreira profissional, o que caracteriza um laudo de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 1 de suporte, sem comprometimento intelectual e da linguagem


[1] Para mais informações vide www.wolmer.pro.br/artigos.htm

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