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O Terapeuta Ocupacional é quem Habilita o Deficiente no uso da Informática
Com o advento do humanismo no século XIX, manter o paciente ocupado, tornou-se
aceitável para o tratamento do doente mental, mas a Terapia Ocupacional não se
baseia apenas nisso, isso é apenas uma de inúmeras atividades, ou seja, ela
integra a equipe de Reabilitação e tem como função básica restabelecer o
indivíduo dentro das suas potencialidades biopsicosociais e introduzí-lo ou
reintroduzí-lo ao seu meio como membro ativo e produtivo. A Terapia Ocupacional
é um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera
social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia de
pessoas que, por razões ligadas a problemáticas específicas (físicas,
sensoriais, psicológicas, mentais e/ou sociais) apresentem, temporária ou
definitivamente, dificuldades na inserção e participação na vida social. As
intervenções em Terapia Ocupacional dimensionam-se pelo uso de Atividades,
elemento centralizador e orientador na construção complexa e contextualizada do
processo terapêutico.
E se tratando de tecnologia, a "Era
da Informação" não veio para excluir os seres humanos ou distanciá-los como
muitos pessimistas pensam, esta era não veio apenas para unir, mas também para
reforçar ainda mais o elo que liga o homem a um de seus maiores inventos, a
informática; ciência esta, indispensável ao desenvolvimento técnico e
científico, suporte da modernização em todas as áreas de atividade, e cabe a
tarefa precípua de coletar, tratar e disseminar dados, sua matéria prima,
gerando informações e por esses motivos é uma excelente ferramenta para o
Terapeuta Ocupacional, pois é provado que a informática é uma excelente
ferramenta de inclusão social.
Várias organizações têm levado a sério a informática para deficientes. A exemplo
disso, é a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) que através de seu
núcleo de computação eletrônica desenvolveu o MOTRIX, software para controlar o
computador pela voz. Este software é utilizado para atender aos deficientes
tetraplégicos que podem digitar textos e acessar a rede por comando de voz. A
UFRJ criou também o DOSVOX, um Sistema Operacional que inclui um editor de
texto, agenda eletrônica, jogos, um leitor de telas e acesso a Internet e ao
e-mail para os deficientes visuais que se encontra no Kit SACI, e para os que
têm baixa visão, ela criou um ampliador de telas para Windows o LENTE PRO com
download gratuito (http://caec.ncee.ufrj.br/dosvox)
Já Bengala Branca (www.bengalabranca.com.br)
distribui um notebook especial, é o braile falado e teclado em braile. A
MICROPOWER desenvolveu um software para deficientes visuais, chamado de VIRTUAL
VISION, permite com que cegos naveguem na WEB, quase que com as mesmas condições
que uma pessoa com visão normal. A FUNDAÇÃO BRADESCO, tem um programa de
informática para deficientes visuais a ONG "Espaço às Claras", que realiza em
parceria com a Uneb e com o apoio da Associação Brasiliense de Deficientes
Visuais, ABDV, e da Associação de Pais do Centro de Ensino Especial do
Deficiente Visual, CEEDV um curso para acabar com o analfabetismo digital,
visando o desenvolvimento de projetos de inclusão social de portadores de
deficiências visuais de Brasília. Os alunos terão aulas de digitação, Windows,
Word, navegação na internet, correio eletrônico, planilhas eletrônicas com o uso
da mais recente versão do software JAWS. O mais interessante de tudo isso, é que
os professores também tem deficiência visual, mas não precisamos ir a Brasília
para verificarmos isso, basta irmos a FATEC, pois se encontra em andamento um
projeto SACI (Solidariedade, Apoio , Comunicação e Informação).
Observe que existem softwares para
todos os tipos de deficiência, além dos já citados acima, temos teclados
especiais para quem tem problema de coordenação, jogos interessantíssimos para
desenvolver o cognitivo dos pacientes e nenhuma destas tecnologias faria tanto
sucesso se não pudermos contar com a presença de um Terapeuta Ocupacional, seja
na preparação (desenvolvimento do softwares e/ou hardware) ou para o uso de tal
tecnologia, fazendo com que os portadores de deficiência física e/ou mental se
sintam inseridos na tecnologia, e será através do Terapeuta Ocupacional que os
mesmos estarão introduzidos ou reintroduzidos ao meio social de igual para
igual. São estes profissionais que fazem a informação ser democrática, ou seja,
todos sem exceção terão acesso a ela. Os “deficientes” jamais poderão se sentir
excluídos desta maravilhosa tecnologia e do que ela nos proporciona
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