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CMM Nível 2 – Onde Começa a Melhoria da Qualidade

Este artigo foi publicado em duas partes conforme edições 128 e 130


Vantagem Competitiva tornou-se um termo muito utilizado no atual ambiente de negócios, na Tecnologia da Informação, e em muitos casos é considerado sinônimo de sobrevivência. Uma competitividade sustentável consegue-se aplicando alguns diferenciais como: certificações, normalização, melhoria contínua....

A alguns anos atrás, a certificação ISO 9000 era o que as empresas apresentavam como diferencial competitivo, as que não possuíam esta certificação já começavam a perder grande fatia do mercado, principalmente para as empresas que exportavam produtos. A ISO 9000 deixou de ser então uma opção de diferencial e passou a ser um pré-requisito para as empresas sobreviverem a tão acirrada globalização.

As empresas que produzem softwares, conhecidas como “fábricas de software”, ou Soft – Houses praticamente não trabalham com uma padronização, devido a ausência de uma padronização, estas empresas ficam completamente a mercê de alguns problemas relacionados com sua produtividade e qualidade. Elas não têm um processo definido para a criação de softwares e/ou sistemas, fazendo com que as que conseguem sobreviver no mercado, fiquem totalmente ligadas a esforços “hercúleos” de seus profissionais. Seus processos são improvisados, completamente sem base histórica e fazendo inclusive com que a qualidade de seus serviços e/ou produtos fiquem cada vez mais comprometidos e desacreditados, causando a insatisfação de seus usuários, desenvolvedores, empresas e todos os envolvidos em sua confecção.

A estes problemas damos o nome de crise do software, e esta crise está relacionada a:

      como sistemas computacionais são construídos;

      como sistemas computacionais são implantados, referindo-se aqui a processo de substituir sistemas antigos, desativando sistemas correntemente em operação, ou ao processo de instalar um sistema inteiramente novo; ;

      como é provida a manutenção da quantidade crescente de software construído, associado a sistemas computacionais cada vez mais complexos;

      como fazer face à crescente demanda para construção de software, visando satisfazer ao conjunto enormemente variado de anseios por informatização atualmente detectado na sociedade moderna e

      como administrar as questões comportamentais, envolvendo os usuários e a política, cultura e filosofia empresarial.

Embasado nesta preocupação, o Departamento de Defesa do Governo dos Estados Unidos que por ser um grande consumidor de softwares e por ser um dos mais prejudicados com a falta de uma padronização e/ou modelo, resolveu apoiar um projeto que focasse em um modelo formal que lhe desse condições de relacionar seus fornecedores de softwares de melhor maneira e com maior confiabilidade.

Este projeto teve um incentivo através do SEI (Sotware Engineering Institute) para a criação de um Modelo de Maturidade da Capacidade. Este modelo foi chamado de CMM que é Capability Maturity Model; é uma marca registrada da Universidade Carnegie Mellon. ® CMM está registrado no Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos da América, ele (CMM) capacita as empresas a produzir software com padrão mundial.

Através do CMM poderemos competir com os concorrentes globais como Índia, Israel, os Tigres Asiáticos e até os países de primeiro mundo. Isto tudo devido a esta certificação internacional.

O CMM é dividido em cinco níveis. Grande parte das empresas de software se encontram no Nivel 1 (Inicial). O nível que veremos, será o nível 2, onde os processos básicos de gerenciamento de projeto estão estabelecidos e permitem acompanhar custo, cronograma e funcionalidade. Os demais níveis (3, 4 e 5), serão para um próxima oportunidade.

A Maturidade do nível 2 do CMM, será atingida quando tivermos:

      papéis e responsabilidades bem definidos, de um software;

      uma boa base histórica;

      condições de julgarmos a qualidade do produto;

      um monitoramento da qualidade dos processos e produtos;

      uma atualização do processo e

      uma comunicação entre o gerente e seu grupo.

Aplicando-se o CMM Nível 2 em uma empresa, o mesmo facilitará e muito para que ocorra a anticrise de um software e/ou sistema, pois ela acontecerá quando obedecermos a metodologia para desenvolvimento de sistemas, ela auxiliará a fazer com que algo aconteça na forma como foi planejado.

Das raras empresas que possuem o CMM Nível 2 no Brasil, o tempo médio para se ter alcançado tal norma foi de 24 meses, onde destas pouquíssimas empresas com o CMM Nível 2, quase a metade é multinacional.

O CMM é um modelo para julgar a maturidade dos processos de software de uma organização e para identificar as chaves práticas requeridas para o crescimento da maturidade destes. Sua ausência causará um outro problema que denominamos entropia (tendência que os sistemas tem para o desgaste, para o afrouxamento das relações ou para o comportamento aleatório de suas partes).

A certificação CMM esta embasada ao ciclo natural de um sistema e/ou software, que engloba do início ao fim, ou seja: concepção (nascimento do sistema e/ou software), construção (análise e programação), implantação (testes e disponibilização aos usuários), implementações (ajustes pós-implantação), maturidade e utilização plena (sistema e/ou software sedimentado), declíneo (dificuldade de continuidade), manutenção (tentativa de sobrevivência) e morte (descontinuidade do sistema e/ou software).

Medida da Produtividade

A produtividade refere-se ao maior ou menor aproveitamento dos recursos nesse processo de produção. Neste sentido, um crescimento da produtividade implica em um melhor aproveitamento de funcionários, máquinas, da energia, tempo consumido, e assim por diante.

Aumentando a produtividade, diminuem os custos de produção ou dos serviços prestados. Isso acontece exatamente porque cada unidade de produto ou de serviço terá sido conseguida com menor quantidade de insumos, o que afeta diretamente o custo.

Mais uma vez, poderemos contar com o uso do CMM Nível 2 para esta situação, e aqui, nosso processo gerencial poderá ser aproveitado quase todo, facilitando assim um melhor orçamento, cronograma, monitoração da degradação da qualidade durante o ciclo de vida, detecção prévia de anomalias, melhoria e garantia da qualidade de seus processos. Com estes benefícios teremos um aumento significativo sobre alguns termos como:

      confiabilidade (medida em que se pode esperar que um programa execute sua função pretendida com precisão exigida)

      corretitude (medida em que um programa satisfaz sua especificação e cumpre os objetivos visados pelo cliente)

      eficiência (quantidade de recursos de computação e de código exigida para que um programa execute sua função)

      Integridade (Medida em que o acesso ao software ou a dados por pessoas não autorizadas pode ser controlado)

      manutenabilidade (esforço exigido para localizar e reparar erros num programa)

      reusabilidade (medida em que um programa ou parte de um programa pode ser reusado em outras aplicações)

      usabilidade (esforço para aprender, operar, prepara a entrada e interpretar a saída de um programa)

      escalabilidade (suporte a um maior número de projetos)

      homogeneidade (atividades seguindo o mesmo processo e padrão)

e também  algumas facilidades como:

      auditabilidade (facilidade com que se pode checar a conformidade aos padrões)

      autodocumentação (quando o código fonte apresenta documentação significativa)

      concisão (compactação do programa em termos de linhas de código)

      consistência (uso de técnicas de projetos e documentação uniformes ao longo do projeto)

      modularidade (independência funcional dos componentes do programa)

      rastreabilidade (capacidade de rastrear uma representação de projeto ou componente de programa até os requisitos)

Antes do CMM, era comum enfrentarmos problemas como:

      prioridades constantemente alteradas;

      prazos irreais/não definidos;

      projetos considerados isoladamente

      falta de critérios definidos para opções com birôs de processamento de dados, aluguel de equipamentos, pacotes, centralização do processamento de dados, desenvolvimento interno;

      mal dimensionamento dos equipamentos através de rápidas estimativas de volumes;

      e muitos outros;

Áreas chaves do CMM Nível 2 

O CMM Nível 2 está dividido em gerência de requisitos onde sua preocupação está em um entendimento comum entre o cliente e os requisitos do sistema e/ou software; planejamento do projeto onde foca os planos cabíveis para a realização das tarefas do gerenciamento do projeto bem como estimativas para trabalhos, custos, compromissos e uma definição do plano para a realização do trabalho; o controle e acompanhamento do projeto fornece uma visão adequada do projeto atual, para que seus responsáveis possam tomar ações preventivas e corretivas para que as atividades não desviem do que foi planejado; a gerência de subcontratação fica responsável pelo acompanhamento e seleção das empresas terceirizadas, assim como, revisar e acompanhar seus resultados e performance; a garantia da qualidade envolve atividades com auditoria dos produtos e atividades do projeto para averiguação dos processos com os requisitos de qualidades definidos; a gerência de configuração do software estabelece e mantêm a integridade dos produtos através do seus ciclo de vida identificando também suas versões.

Conclusão

O acirramento da competição global em todos os setores industriais e de serviços, aliados às mudanças nas exigências dos mercados a custos, prazos e qualidade, têm forçado muitas empresas a se adaptarem e a se reestruturarem, de forma a permanecerem vivas e competitivas. Uma organização não pode se ater apenas em seu portifólio de produtos e serviços, mas principalmente em um portifólio de competência, que serão formadas pelo conjunto de habilidades próprias desta organização. Serão estas competências os meios mais efetivos para se enfrentar um mercado globalizado e competitivo, assim, obterá grande diferencial em relação as empresas concorrentes e se consolidará cada vez mais neste mercado de disputa acirrada.

Temos que ter uma preocupação constante em oferecer aos clientes uma tecnologia de ponta, isto deverá ser o impulso de qualquer fábrica de software que se preze.

A certificação CMM pode ser encarada como excelente indicador do nível de qualidade e de maturidade no processo de desenvolvimento de software e com certeza agrega valor ao produto final entregue ao cliente. Através dele, poderemos encarar de igual para igual os países produtores de softwares, pois através desta engenharia de software moderna conseguiremos um aumento importantíssimo na qualidade e produtividade.

Com o CMM, as Soft – Houses terão o início de suas caminhadas em direção a um futuro promissor. Ele nos dará uma solicitação de serviço padronizada, independente de ser um programa, um subsistema, um método, um componente ou uma manutenção. Essa proposta procura quebrar o paradigma do atual desenvolvimento de software no Brasil: a dependência entre uma necessidade do usuário e um processo fabril para construí-la; cálculos de prazos e custos independentes de pessoas; aplicação dos conceitos da qualidade total em todo o ciclo de desenvolvimento e manutenção de software.

Vale aqui lembrar que o CMM é um modelo para julgar um processo de software, identificando as experiências práticas requeridas na crescente maturidade dos processos. Ele é uma melhoria contínua, para que um dia possamos alcançar a excelência nos softwares e/ou sistemas.

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